segunda-feira, dezembro 05, 2016

[Resenha] Os Tambores do Outono - Parte 2 - Diana Gabaldon

Os Tambores do Outono - Parte 2
Outlander #4.2
Autora: Diana Gabaldon
Editora Arqueiro

469 páginas
Skoob


Sinopse: Será possível alterar o passado?
Depois de voltar no tempo à Escócia do século XVIII e reencontrar Jamie Fraser, o amor de sua vida, Claire Randall seguiu com ele para o Novo Mundo. Agora eles moram na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e Jamie, com o auxílio da misteriosa e autoritária Jocasta Cameron, conseguiu tornar-se uma pessoa influente. As coisas finalmente parecem estar entrando nos eixos.
Duzentos anos à frente, a filha dos dois, Brianna, encontra um recorte de jornal antigo e descobre que Claire e Jamie morrerão em um incêndio. Isso, somado à sua curiosidade em relação ao pai biológico e à saudade que sente da mãe, faz com que deixe o namorado para trás e se lance através do círculo de pedras em uma aterrorizante jornada rumo ao desconhecido. Para salvar a vida daqueles que ama, ela tentará mudar o passado, mesmo que isso signifique colocar em risco o próprio futuro.
Assim que fica sabendo o que a namorada fez, Roger Wakefield abandona seu emprego de professor e decide segui-la. Mais uma vez, a força do amor ultrapassa obstáculos, vencendo tempo e espaço, e dá início a uma nova e fantástica fase nesta saga antológica.
Na segunda parte de Os tambores do outono, Diana Gabaldon conta as aventuras de uma jovem destemida no atribulado século XVIII. Unindo sentimentos atemporais como culpa, raiva e amor a uma cuidadosa pesquisa histórica, a autora constrói uma trama inesquecível, com reencontros de tirar o fôlego e um desfecho emocionante.
Tambores do Outono - Parte 2 pode ser considerado o livro mais aguardado por mim com relação à Outlander. É nesta história que o desenrolar exaustivo da primeira parte chega aos finalmentes. Tomada pela certeza de que deve alertar os pais e salvá-los de um terrível destino Brianna parte para o passado, apesar de estar ciente de todos os riscos a jovem acredita estar segura enquanto Roger estiver do outro lado, a esperando e sendo sua ancora para o futuro. Tomada pela coragem, teimosia e determinação dos Frasers ela não mede os riscos e será obrigada a passar por perigos terríveis. Roger ao descobrir a loucura que ela cometeu parte ao seu encalço. Disposto a tudo para alcançá-la e mantê-la segura ele vai enfrentar muito mais do que a fúria do mar e a incerteza do passado, sem contar o furioso encontro com seu futuro sogro, que por si só já parece um pesadelo. Será necessário coragem, confiança e a certeza de que o amor pode superar tudo, caso contrário tudo terá sido em vão.
"Talvez, pensou. Se a habilidade de passar pelas pedras fosse genética - algo como a habilidade de enrolar a língua ou o daltonismo - então, por que não?Claire havia viajado, assim como Brianna. Brianna era filha de Claire. E ele era descendente da única outra viajante do tempo que ele conhecia: a bruxa Geillis."
Quando fiz a resenha de Tambores do Outono - Parte 1 (aqui), fui bem clara ao falar sobre meu desagrado com o ritmo do livro, ainda assim não deixei de ter esperanças, visto que, devido à experiência com a série e a escrita da autora eu sabia que em algum momento tudo iria melhorar. E eu estava certa. Geralmente a segunda parte destes livros é bem mais ágil e dá forma a história, e como previsto não foi diferente aqui. Duas coisas me empolgaram muito nesta continuação. Em primeiro lugar estava ansiosa pelo encontro de Brianna e Jamie, mas principalmente pelo encontro dele com Roger, o impacto entre a cultura e o pensamento de duas épocas tão distintas me fez imaginar diversas situações, algumas bem engraçadas e outras absurdamente trágicas. Gabaldon não me decepcionou neste quesito e demonstrou uma capacidade tremenda de continuar a me envolver mesmo quando eu já não tinha tanta fé.

Contudo, apesar da autora deixar de se ater a detalhes e a ambientação, ainda assim encontramos alguns momentos cansativos durante a narrativa. Bom seria se Gabaldon deixasse de enrolar tanto, condensasse suas histórias apresentando apenas o essencial. A série toda seria mais ágil. Mas como já disse, chega a ser impossível desgostar de suas histórias mesmo com esse pequeno problema relacionado ao desenvolvimento muito detalhista da autora. Acredito que o que chame atenção em suas histórias é a forma como ela não tem medo do sofrimento, seus personagens crescem conforme vão enfrentando obstáculos, situações que em um primeiro momento o leitor julga "impossível", que deixam a leitura empolgante por sua imprevisibilidade.

A autora não se intimida e ousa absurdamente em suas conclusões. Principalmente no que se refere ao destino de Brianna e de Roger. Contudo foi o destino de Ian, sobrinho de Jamie que mais partiu meu coração, mas ao mesmo tempo em que em sofria por seu destino compreendi que foi justo e certo, não que isso torne as coisas mais fáceis. A esperança agora é que a autora continue tendo história para os próximos livros, já ouvi dizer que eles se tornam bem mais interessantes e mal posso esperar, haja criatividade para tanta história.

Enfim, Tambores do outono - Parte 2 é justamente o que eu esperava, a narrativa traz a parcela mais ágil da história e não tão estafante. Os personagens secundários ganham mais ênfase e podemos conhecer um pouco mais da história, personalidade e propósitos de Brianna e Roger. Quanto aos detalhes da edição não há muito que dizer, como de costume a Editora Arqueiro fez um ótimo trabalho, as capas continuam seguindo o padrão gráfico dos primeiros livros e são lindas. No mais recomendo para quem tem fôlego para histórias grandes, um pouco cansativas, mas principalmente interessantes. 
Melhores Quotes: 

"- Dizem que se conhece o pai pelo filho, mas acho que não resta muita dúvida a respeito de quem é o seu, moça. Pode ter puxado o nariz afilado e os cabelos vermelhos de qualquer pessoa, mas essa teimosia não foi de mais ninguém além de Jamie Fraser!"


"- Bree? É assim que a senhora chama sua filha? – perguntou ele.
- Sim. Por quê?
 Lindsey sorriu brevemente. Então olhou para Jamie, tossiu e escondeu o sorriso atrás do copo.
- É uma palavra escocesa, Sassenach – disse Jamie, sorrindo também. – Uma bree é uma grande perturbação."


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